quarta-feira, 27 de março de 2024

"BBB 24" virou um jogo de 'expulsa ou não expulsa'

 O clima está fervendo no "BBB 24". Não só dentro da casa, como fora também. Nas redes sociais há um clima de passionalidade das torcidas, onde praticamente inexiste qualquer diálogo e proliferam os ataques. Não é uma novidade da atual edição. Todo ano o comportamento se repete, principalmente perto da reta final. Acaba sendo um sinal do bom engajamento que o reality ainda tem, mesmo há 22 anos no ar (o primeiro ano, em 2002, foram duas temporadas exibidas). 


E, ao contrário das duas edições anteriores (os fracassados "BBB 22" e "BBB 23"), o elenco atual tem garra pelo jogo e não foge de conflito, o que propicia mais embates e consequentemente mais rivalidades à flor da pele. Já foram tantos barracos que fica até difícil enumerar. Ou seja, a temporada está do jeito que o fã de reality gosta. No entanto, o comportamento dos telespectadores nas redes sociais, com raras exceções, vem causando a sensação de querer vencer no 'tapetão', termo comum no meio do futebol, quando um time entra na justiça para contestar o resultado de alguma partida. E isso tem sido feito através dos pedidos de expulsão de participantes. 

Tudo tem sido motivo para protestos indignados no X, antigo Twitter, ou Facebook e Instagram, enfim, qualquer rede social. A primeira reclamação se deu por conta da primeira briga feia entre Davi e Bin Laden, quando o favorito disse para Lucas "Calma aí, Calabreso".

segunda-feira, 25 de março de 2024

Chico Diaz fará falta em "Renascer"

 Nesta segunda-feira (25/03), a segunda fase de "Renascer" sofreu mais uma dura perda. Após o final da primeira fase do remake de Bruno Luperi, muitos personagens desapareceram do enredo, mas ainda estão na memória do público ---- e suas ausências são sentidas. Um dos poucos que continuaram foi padre Santo, interpretado com magnitude por Chico Diaz. 


O personagem teve uma licença poética para se manter na história com a passagem de tempo. Afinal, o padre já tinha certa idade na primeira fase e com o avanço de mais de 30 anos era para estar bem mais idoso do que o apresentado no enredo baseado na obra original de Benedito Ruy Barbosa. No entanto, esse tipo de situação é sempre relevado, tanto por público quanto crítica em virtude do talento do intérprete. É sempre bom ver um veterano em cena, ainda mais em um momento em que o etarismo reina na teledramaturgia. 

Padre Santo representou uma figura que transmitia amor e sabedoria. Chico declarou em várias entrevistas que pesquisou a vida do padre Júlio Lancelloti para compor o personagem e não havia ninguém melhor para representar a bondade do ser humano.

quinta-feira, 21 de março de 2024

Divina como Inácia, Edvana Carvalho é o maior destaque da segunda fase de "Renascer"

 O remake de "Renascer vem apresentando mudanças praticamente imperceptíveis em relação ao enredo original de Benedito Ruy Barbosa, exibido em 1993. Bruno Luperi vem seguindo à risca o método que adotou no remake de "Pantanal": copiando e colando praticamente todo o texto de 31 anos atrás e alterando o que hoje não é mais aceitável na sociedade. No entanto, o neto do autor vem aproveitando melhor a potência de Inácia, vivida por Edvana Carvalho.


A personagem foi interpretada em 1993 por Solange Couto na primeira fase e pela saudosa Chica Xavier na segunda. Luperi chegou a convidar a grandiosa Lea Garcia para interpretá-la no remake, mas a veterana não aceitou de imediato por ser mais uma empregada doméstica que viveria na ficção em seus quase setenta anos de carreira. Porém, lamentavelmente, a atriz faleceu no dia 15 de agosto de 2023, aos 90 anos, durante o Festival de Cinema de Gramado, onde receberia o Troféu Oscarito. Partiu sem dar uma resposta. 

O autor então escalou Edvana Carvalho e preferiu mantê-la nas duas fases ao invés de escalar outra atriz mais velha para o papel na segunda. Houve apenas um 'embranquecimento' de seu cabelo, mas nada de maquiagem artificial, como fizeram com Juliana Paes na pele de Jacutinga.

terça-feira, 19 de março de 2024

"Família é Tudo" tem potencial para conquistar o público

 A missão de Daniel Ortiz é ingrata: elevar a média da faixa das sete, após o fiasco de "Fuzuê", que saiu de cena com o título de pior audiência da história do horário. Porém, o objetivo de Gustavo Reiz também não era simples, pois tinha que manter os números em alta, após o fenômeno "Vai na Fé". Substituir um fracasso acaba sendo tão desafiador quanto entrar no lugar de um sucesso. E o autor já tem experiência na faixa, uma vez que já escreveu quatro folhetins que foram muito bem-sucedidos às 19h40. 


A estreia de Ortiz como autor solo foi com "Alto Astral", em 2014, deliciosa novela espírita que tinha como base a sinopse da saudosa autora Andrea Maltarolli, que faleceu em setembro de 2009. O escritor desenvolveu o enredo de forma criativa e divertida. Foi sua melhor trama na faixa até agora. Depois, em 2016, emplacou mais um sucesso com "Haja Coração", uma releitura de "Sassaricando", produção de Silvio de Abreu de 1987/88. Já em 2020 estreou sua primeira obra original, "Salve-se Quem Puder", protagonizada por três mocinhas, e mais uma vez atingiu excelentes índices de audiência, mesmo com uma pandemia no meio do caminho que interrompeu as gravações durante longos meses. 

Agora, com "Família é Tudo", Daniel mostra ter novamente uma boa história em mãos e o início vem apresentando todos os ingredientes de um bom folhetim das sete. Houve uma preocupação em não correr demais com a história para causar aquela famigerada sensação de agilidade, mas que na verdade é apenas uma correria desnecessária que só prejudica o início de qualquer novela.

quinta-feira, 14 de março de 2024

Segunda fase de "Renascer" apresenta histórias principais cansativas e sem construção

 A primeira fase de "Renascer" foi um primor. E Bruno Luperi acertou em cheio ao deixá-la com 13 capítulos, nove a mais que a da versão original que teve apenas quatro por ordens de Boni, que tinha medo do público se apegar demais aos personagens e rejeitar a segunda. O todo poderoso da Globo, no entanto, tinha sua razão. A segunda fase da trama de Benedito Ruy Barbosa apresenta uma queda brusca de qualidade em 1993 e o mesmo acontece agora com o remake. 


Um dos grandes problemas da história é o triângulo central formado por Zé Inocêncio (Marcos Palmeira), Mariana (Theresa Fonseca) e João Pedro (Juan Paiva). Há 31 anos, o enredo sofreu uma forte rejeição do público e quem mais sofreu foi Adriana Esteves, que teve sua atuação massacrada pela crítica especializada e entrou em depressão no fim da novela. No entanto, a atriz não teve culpa e a imprensa preferiu criticá-la ao invés de apontar o equívoco na condução do autor. Tudo o que envolve o trio principal é ruim. 

O fator decisivo para o estranhamento dos telespectadores na época, além do incômodo contexto envolvendo pai e filho se apaixonando pela mesma mulher, foi a rapidez com que tudo aconteceu. Não houve uma mínima construção para deixar aquelas relações críveis. Tudo foi simplesmente jogado e o público que engolisse. Pois não engoliu.

terça-feira, 12 de março de 2024

Tudo sobre a coletiva online da segunda temporada de "Encantado`s"

 O Globoplay promoveu nesta segunda-feira (11/03) a coletiva virtual da segunda temporada de "Encantado`s", que estreou nesta terça na plataforma de streaming da Globo. Participaram as autoras Renata Andrade e Thais Pontes, além dos atores Luiz Miranda, Vilma Melo, Evelyn Castro, Augusto Madeira, Ludmillah Anjos, Digão Ribeiro, Dandara Mariana, Romeu Evaristo, Luellen de Castro, João Côrtes e Eliane Giardini. Fui um dos convidados e conto sobre o bate-papo. 


Vilma Melo falou brevemente da dupla central e da importância de um projeto coo esse: "Precisa ter o Eraldo para ter a Olímpia. Eles funcionam muito juntos. E temos surpresas na segunda temporada. Olímpia está mais cansada porque na primeira ela segurou com pulso firme o supermercado e as autoras prepararam um revés... E ter pessoas pretas em um contexto como na série, que não fala disso, é importante demais. A gente não fala sobre pretitude, sobre racismo. É só o pano de fundo. A série poderia ser com uma família branca, mas seria outra série. Somos profissionais independente da caixinha que queiram nos colocar. Cresci vendo as atrizes mais velhas pretas sempre nos mesmos lugares e agora não mais. O audiovisual tem uma importância muito grande na vida do brasileiro. A gente liga a tevê e aquelas pessoas entram nas nossas casas sem a gente convidar. Eu ainda não tinha visto uma série brasileira com esse porte, só em produções americanas, como "Todo Mundo Odeia o Cris", "Eu, a Patroa e as Crianças", enfim... E mostramos que preto também vende". 

Eliane Giardini não escondeu a empolgação a respeito de sua entrada na segunda temporada: "Dalva entra na posição que o Tony Ramos ocupava, mas ela é muito mais passional. Ela vem para se vingar dessa família. É divertidíssimo porque essa turma é uma bagunça louca. Nunca vi um elenco mais maluco. Delicioso esse povo.

sexta-feira, 8 de março de 2024

"Falas Femininas" muda de formato em 2024 e se mantém assertivo

 Ano passado, a Globo lançou uma antologia do projeto "Falas" através de histórias ficcionais exibidas em episódios únicos ao longo do ano. "Falas Femininas" (em homenagem ao Dia Internacional da Mulher), "Falas da Terra" (em homenagem ao Dia dos Povos Indígenas), "Falas de Orgulho" (em homenagem ao Dia do Orgulho LGBTQIAP+), "Falas da Vida" (em homenagem ao Dia Internacional das Pessoas Idosas) e o "Falas Negras" (em homenagem ao Dia da Consciência Negra) tiveram tramas que impactaram de diferentes formas. 


A emissora, agora, mudou o método. Sai de cena a dramaturgia e entra um programa que aborda várias questões pertinentes sobre cada tema na sociedade. E o primeiro foi o "Falas Femininas", exibido nesta sexta-feira, no Dia Internacional da Mulher. O formato nunca foi tão literal quanto em 2024. Intitulado "Louca", o programa foi inteiro sobre a voz das silenciadas, abandonadas, descredibilizadas, manipuladas, e a urgência de serem ouvidas. 

Com apresentação de Taís Araújo e Paolla Oliveira, direção de Antonia Prado e autoria de Veronica Debom e Isabela Aquino, o episódio debateu a exaustão e os diversos fatores que impactam e corroem a saúde mental feminina, abordando temas como assédio, gaslighting e abandono.

quarta-feira, 6 de março de 2024

"Mulheres de Areia" repetiu o sucesso em sua terceira reprise

 No dia 1º de fevereiro, a estreia de "Mulheres de Areia" completou 31 anos. O remake da saudosa Ivani Ribeiro, com direção de Wolf Maya, foi um imenso sucesso e marcou a carreira de vários atores que participaram da produção. Foram muitos personagens emblemáticos e a história arrebatou o público da mesma forma como ocorreu em 1974, quando foi exibida a versão original protagonizada por Eva Wilma. A novela foi reprisada no "Vale a Pena Ver de Novo" duas vezes: entre novembro de 1996 e abril de 1997, e entre setembro de 2011 e março de 2012. A sua terceira reprise estreou em 26 de junho de 2023, no início das tardes, em uma faixa que até hoje não foi nomeada pela Globo. 


A trama central aborda a clássica rivalidade de duas irmãs gêmeas que, embora fisicamente idênticas, têm personalidades completamente distintas. Gloria Pires brilhou absoluta interpretando Ruth e Raquel em uma época onde os efeitos visuais ainda estavam engatinhando, o que provocava um trabalho ainda maior nas cenas que necessitavam da presença das irmãs juntas. A doce Ruth é uma mulher tímida que volta para a fictícia cidade Pontal D`Areia, após dar aulas para alunos em uma fazenda do interior. Raquel (que tem um caso com o malandro Wanderley - Paulo Betti) é uma mulher ambiciosa e extremamente sedutora que tem como principal objetivo de vida ficar rica sem fazer esforço.

As duas são filhas de Isaura (Laura Cardoso) e Floriano (Sebastião Vasconcellos), humildes pescadores que lutam para ter uma vida digna. A mãe tem uma clara predileção por Raquel, enquanto que o pai se identifica com Ruth.

segunda-feira, 4 de março de 2024

"Família é Tudo": o que esperar da nova novela das sete?

 As confusões geradas por causa do tesouro de "Fuzuê" saíram de cena e agora o horário dá lugar aos tradicionais dramas familiares. Entrelaçada por laços de sangue, parentesco, amizade ou convivência --- muitas vezes imperfeitas ----, toda "Família é Tudo" e mais um pouco. É assim, em plena capital paulista, que a nova novela das sete da Globo, que estreou nesta segunda-feira (04/03), criada e escrita por Daniel Ortiz com direção artística de Fred Mayrink, vai orbitar pelas alegrias, aventuras e conflitos que marcam as relações familiares. 


A avó, Frida Mancini (Arlete Salles), sonha reunir seus cinco netos ---- Vênus (Nathalia Dill), Júpiter (Thiago Martins), Andrômeda (Ramille), Electra (Juliana Paiva) e Plutão (Isacque Lopes) ----, que estão há anos sem se ver. Mais que isso, ela deseja ---- e fará qualquer coisa ---- para ter sua família unida novamente. Por ironia ou não do destino, é seu desaparecimento que promove a união do clã. Mas será que apenas o desejo de uma matriarca é capaz de superar as diferenças de personalidade, o tempo e a distância física que separam a família? 

Para a obstinada Frida, dona da gravadora Mancini Music, sim. Confiante na reunião da família, a avó organiza um cruzeiro para celebrar seu aniversário e o de sua irmã gêmea, Catarina (Arlete Salles). Porém, em meio a rusgas e armações, os netos não comparecem e ela embarca apenas com a irmã e o sobrinho, Hans (Raphael Logam). Mas um acidente em pleno alto mar resulta em um misterioso sumiço.

sexta-feira, 1 de março de 2024

E não rolou o "Fuzuê"

 A missão de Gustavo Reiz não era das mais fáceis: manter a audiência em alta, após o fenômeno "Vai na Fé", de Rosane Svartman, e com uma proposta totalmente diferente da trama anterior. O início de "Fuzuê" até manteve o interesse do público e parecia uma produção promissora. Mas, ao longo dos meses, o interesse do telespectador foi diminuindo gradativamente diante do roteiro repetitivo e a queda nos números do Ibope se tornou uma constante. O folhetim chegou ao fim nesta sexta-feira (01/03), depois de muitas intervenções na narrativa, e com o título de maior fracasso do horário das sete. 


A estreia do autor na Globo, infelizmente, não foi bem-sucedida. Gustavo escreveu "Os Ricos Também Choram", no SBT em 2005; o remake de "Dona Xepa", na Record em 2013; além de "Escrava Mãe" (2016) e "Belaventura" (2017) na emissora do bispo Edir Macedo. A sua proposta em "Fuzuê", prevista inicialmente para 2019 e depois adiada por conta da pandemia, era devolver ao horário das sete a conhecida comédia pastelão repleta de cenas farsescas. No início, até funcionou, vide o enredo dinâmico e bem conduzido nas duas primeiras semanas, principalmente em torno do quarteto central formado por Luna (Giovana Cordeiro), Miguel (Nicolas Prattes), Preciosa (Marina Ruy Barbosa) e Heitor (Felipe Simas). A forma como o casal de mocinhos e o par de vilões se conheceram proporcionou momentos divertidos. 

No entanto, foi ficando claro que a proposta da história, dirigida por Fabrício Mamberti, era até interessante em uma série curta, mas não em uma novela com mais de 170 capítulos. Um filme de caça ao tesouro costuma ser repleto de ação e boas viradas, o que desperta atenção do público, mas o desafio de proporcionar isso em um folhetim é bem mais complicado. Até porque o recurso ficcional exige que pistas sejam colocadas com cautela, a ponto de manter o interesse de quem assiste sem entregar muito o conteúdo para não esvaziar o roteiro.