quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Alcides Nogueira se redimiu com Françoise Forton em "Tempo de Amar"

Todo autor tem a sua panelinha de atores. É normal. Basta observar que determinado escritor sempre costuma trabalhar com determinados intérpretes. Porém, nem sempre essas escalações privilegiam o talento dos selecionados ---- ao menos estão trabalhando, é verdade, pois várias vezes são figuras que só são lembradas por autora ou autor X. Alcides Nogueira não foge dessa regra. E, agora, em "Tempo de Amar", ele conseguiu se redimir com Françoise Forton.


O autor a escalou para "I Love Paraisópolis", esdrúxula e boboca novela das sete, exibida em 2015, escrita por ele e Mário Teixeira. A personagem da ótima atriz era uma professora de balé que trabalhava na favela de mesmo título do folhetim. Seu nome era Isolda. Entretanto, era uma figuração de luxo. Ela mal aparecia e quando tinha alguma cena não chegava a ter um diálogo que durasse mais de alguns segundos. Um verdadeiro desperdício de talento. Aliás, foi um dos muitos erros da trama na época.

Três anos se passaram e parece que Alcides ficou com um certo peso na consciência. Bom para Françoise. O escritor agora lhe presenteou com um ótimo papel na atual novela das seis da Globo. Emília é uma coadjuvante e não tem uma quantidade considerável de cenas, porém, é um perfil rico e valoriza a capacidade dramática da atriz.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

A sina de "Malhação"

Mais uma temporada de "Malhação" (cujo nome foi "Malhação - Viva a Diferença") está chegando ao fim. O seriado adolescente, que completou 20 anos em 2015, segue revelando talentos e ocupando o posto de uma das produções mais longevas da Globo. Porém, há uma espécie de sina que vem perseguindo o formato desde 2010: uma temporada ótima é sempre substituída por uma muito ruim. Claro que a conjuntura é apenas uma mera coincidência. Todavia, é algo que, involuntariamente, desperta atenção.


Entre 2002 e 2004, por exemplo, foi possível observar a alternância de qualidade entre uma estreia e outra. A fase de 2002 foi protagonizada por Juliana Silveira (Júlia) e Henri Castelli (Pedro), entrando para a lista de melhores temporadas do seriado. A trama tinha um enredo principal forte (famílias que passaram a se odiar em virtude de um erro médico) e um casal protagonista repleto de química. A vilã vivida por Bárbara Borges (Thaíssa) também era ótima, assim como os núcleos paralelos, vide a dupla cômica formada por Maumau (Cauã Reymond) e Cabeção (Sérgio Hondjakoff). Fez um merecido sucesso.

Já a temporada substituta, a de 2003, decaiu visivelmente. Ao contrário da anterior, o casal principal era insosso. Manuela do Monte e Sérgio Marone não convenceram e todo o drama do par cansava pelo nível de infantilidade. A vilã obsessiva, interpretada por Nathalia Rodrigues, também não empolgou e o conjunto era fraquíssimo.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Por que a Globo não valoriza Lícia Manzo?

O Brasil sempre teve grandes autores de novelas. Tanto que o folhetim virou uma das grandes marcas do país, sendo referência em vários lugares do mundo. A Globo exporta produções com grande facilidade e as histórias já foram traduzidas em diversos idiomas. Uma das receitas deste sucesso é a pluralidade do time dos escritores. Cada um tem características específicas, o que implica na identidade de sua obra. E, mesmo tendo escrito apenas duas novelas, pode-se afirmar que Lícia Manzo vem se destacando neste cenário da teledramaturgia. 



A autora (que também é atriz, diretora, produtora e roteirista) já colaborou em vários episódios do extinto "Sai de Baixo"(1996/2002), e escreveu, em parceria com colegas, uma temporada de "Malhação" (2003/2004) ---- justamente a de maior sucesso do seriado adolescente (conhecida como a fase da "Vagabanda"). Estreou como titular na linda série "Tudo Novo de Novo", em 2009, sendo supervisionada por Maria Adelaide Amaral. Mas foi em 2011 que Lícia se tornou mais conhecida do grande público em virtude da impecável "A Vida da Gente", sua primeira novela. Ela emocionou o telespectador com uma história extremamente delicada e dramática. E se ainda havia alguma dúvida do seu talento, a mesma foi aniquilada depois de quatro anos. Afinal, a escritora voltou a sensibilizar com a sensível "Sete Vidas", em 2015.

Não é qualquer autor que consegue retratar a alma humana tão bem quanto Lícia. Seu estilo lembra muito o de Manoel Carlos, uma vez que também costuma utilizar as situações cotidianas para desenvolver a história e seus personagens são quase todos de classe média. Outra semelhança é a ausência de núcleo cômico, focando somente nos dramas.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Julgamento de Vinícius destaca a total entrega do elenco em "O Outro Lado do Paraíso"

"O Outro Lado do Paraíso" é um fenômeno de audiência e tem feito por merecer os números expressivos do Ibope. O público foi arrebatado pela trama de Walcyr Carrasco e o julgamento de Vinícius (Flávio Tolenezani), exibido entre segunda e terça (19 e 20/02), chegou a uma impressionante média de 46 pontos e picos de 49, dignos de último capítulo. E toda a sequência fez jus ao índice, destacando a coragem do autor, a direção primorosa de Mauro Mendonça Filho e a total entrega de um elenco repleto de talentos.


O aguardado momento contou com a presença de praticamente todo o elenco estelar da história, assim como costuma ocorrer em qualquer julgamento de novela, e o acerto de colocar todos fazendo parte de uma cena tão tensa ficou visível em cada minuto. O depoimento forte e emocionado de Laura provocou angústia e uma forte dose de emoção, valorizando mais uma vez o talento de Bella Piero. Que menina competente e grata revelação de "Verdades Secretas" (2015), do mesmo Walcyr.

O choro doloroso de Rafael também expôs o profissionalismo de Igor Angelkorte, finalmente valorizado em um folhetim, após um papel deprimente na fracassada "Babilônia" (2015). O sofrimento do marido de Laura ao ouvir o depoimento da esposa comoveu do início ao fim, assim como o seu descontrole quando Vinícius tirou a máscara diante de todos no tribunal.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Trama de Estela decepcionou em "O Outro Lado do Paraíso"

Antes mesmo de estrear, "O Outro Lado do Paraíso" despertou uma curiosidade a respeito da abordagem do nanismo. Afinal, pela primeira vez uma novela teria uma anã no elenco fixo e não haveria qualquer característica cômica. Walcyr Carrasco prometeu explorar algo novo na teledramaturgia e a expectativa acabou gerada. No início, o enredo de Estela (Juliana Caldas) realmente despertou interesse. Entretanto, com o tempo, a situação foi se desgastando e se perdeu.


No primeiro mês de novela, a personagem sofria nas mãos da mãe, a maquiavélica Sophia (Marieta Severo), que nunca tolerou ter uma filha anã. Tanto que, no passado, a vilã despachou a filha para o exterior com o intuito de não mostrá-la para os amigos influentes, deixando bem explícita a vergonha da sua caçula. A menina acabou estudando e virou uma pessoa esclarecida e bem-sucedida. Anos depois, voltou ao Brasil para o casamento do irmão, Gael (Sérgio Guizé), resolvendo permanecer no país. Desde então, passou a sofrer várias humilhações da mãe.

A única amiga de Estela é a empregada Rosalinda (Vera Mancini), que a criou desde pequena. E Gael, apesar do péssimo histórico com mulheres, é um irmão amoroso. Pouco depois da mudança de fase e da passagem de tempo de dez anos, Sophia expulsou a filha de sua mansão, a colocando em uma casa simples no interior de Palmas, bem longe dela. O local, então, acabou virando o núcleo da personagem, que se mudou com a fiel escudeira.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

"Vidas Brasileiras": o que esperar da próxima temporada de "Malhação"?

Substituir um sucesso é tão desafiador quanto entrar no lugar de um fracasso. Manter os altos índices de audiência de uma faixa é tão complicado quanto reerguer os números abaixo do esperado. Portanto, a missão de Patrícia Moretzohn não será nada fácil. "Malhação - Viva a Diferença" acaba no dia 6 de março e a temporada de Cao Hamburger, dirigida por Paulo Silvestrini, foi um sucesso de público e crítica. A autora agora precisará manter a qualidade do seriado adolescente com "Malhação - Vidas Brasileiras", dirigida por Natália Grimberg.


A ambientação volta para o Rio de Janeiro ---- a atual fase foi a primeira que migrou para São Paulo ---- e será baseada na produção canadense "30 Vies", premiada série que estreou em 2011 e teve 11 temporadas, completando 660 capítulos. É a primeira vez que "Malhação" não terá uma sinopse original. Chegou-se, inclusive, a especular o fim do título "Malhação", mas a força comercial do mesmo acabou recuando os interessados da Globo em encerrar o ciclo. E foi um acerto. Mudar depois de 25 temporadas seria desnecessário, gerando sempre comparações inevitáveis.

Outra novidade é o protagonismo da trama. Não serão os adolescentes e, sim, uma professora, a dedicada Gabriela, interpretada por Camila Morgado. Ela se envolverá com os conflitos dos alunos, agindo como uma espécie de 'anjo da guarda'. Mas também terá família, precisando lidar com seus próprios problemas.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Milton Cunha foi o nome do Carnaval da Globo em 2018

Ele é carnavalesco, cenógrafo e virou o principal comentarista de Carnaval da Globo. Milton Cunha comenta os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro na emissora desde 2013, quando foi contratado para a função. Ele chegou a integrar o juri do "Got Talent Brasil", fracassado formato da Record, em 2013, mas logo retornou para a líder, de onde não saiu mais. Em todo ano ele se sobressai nesta época, mas em 2018 houve um destaque bem maior.


Sempre com comentários bem embasados e muitas vezes divertidos, Milton virou uma referência de boas informações durante a transmissão dos desfiles. Não por acaso é a todo instante interpelado por Fátima Bernardes e Alex Escobar para tecer alguma opinião a respeito dos temas, alegorias e desempenhos das escolas. A liberdade é tanta, inclusive, que não é raro comentar mesmo sem ser 'convocado' pelos apresentadores. Pretinho da Serrinha, por exemplo, só fala quando chamado e acaba ofuscado.

Seu desempenho na hora da Apuração das Notas também merece menção, pois, mesmo falando bem menos, consegue informar e ainda profere algumas pérolas impagáveis, como "Tragam meus sais!", quando a disputa fica acirrada. Vale destacar que sua performance ao longo dos últimos anos tem sido tão elogiada e bem vista pelo público que o comentarista acabou ganhando um quadro no "RJ TV - Primeira Edição" --- telejornal local do Rio de Janeiro.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Vitória Strada é uma grata surpresa de "Tempo de Amar"

Em meio a tantas repetições de elenco, muitas vezes desgastando a imagem de vários atores, foi um prazer ver Jayme Monjardim apostar em dois rostos novos para protagonizar "Tempo de Amar". O diretor se mostrou corajoso. Pena que a aposta em Bruno Cabrerizo tenha sido equivocada, pois o rapaz ainda tem muito a aprender ---- inexpressivo, não convence na maioria das cenas. Entretanto, a escolha de Vitória Strada foi certeira.


A mocinha da novela de Alcides Nogueira (escrita com Bia Corrêa do Lago) é um papel muito complicado. Até mesmo uma intérprete mais experiente teria dificuldades de vivê-la. Afinal, Maria Vitória foi vítima de uma sucessão de desgraças nos primeiros meses de história, protagonizando inúmeras cenas de puro sofrimento e muito chororô. Um verdadeiro vale de lágrimas. O título do folhetim até deveria ter sido "Tempo de Chorar" durante essa época.

A filha de José Augusto (Tony Ramos) engravidou do então amor de sua vida e acabou colocada em um convento tradicional de Portugal pelo pai, perdendo contato com Inácio, que viajou para o Rio de Janeiro. Ela ainda teve sua filha retirada de seus braços poucas semanas depois de ter parido e logo depois escapou das freiras, conseguindo viajar para ir atrás de seu amado.

sábado, 10 de fevereiro de 2018

Abuso sexual em "O Outro Lado do Paraíso" destaca a entrega de Bella Piero e levanta um tema de grande importância

A pedofilia é um dos crimes mais asquerosos do ser humano. Um adulto explorar uma criança indefesa para seus desejos sexuais enoja qualquer um e a questão em torno do abuso sexual também acaba sendo debatida. Portanto, abordar um tema delicado como esse em uma novela não é nada fácil. Walcyr Carrasco, todavia, resolveu arriscar e inseriu esse contexto em um núcleo de "O Outro Lado do Paraíso". E agora, que essa situação ganhou destaque, é possível afirmar que a coragem do autor foi um acerto.


A trama da introspectiva Laura (Bella Piero) foi colocada de forma sutil na primeira fase, pois a atriz era uma criança (a talentosa Luísa Bastos). O olhar de ódio que a menina lançava para o padrasto Vinícius (Flávio Tolezani) era impressionante e ela não tolerava chamá-lo de pai. Dez anos se passaram e o núcleo ficou em terceiro plano, enquanto os demais se desenvolviam. Cada etapa da vingança de Clara (Bianca Bin) destaca um enredo paralelo da novela e agora chegou a vez desse.

A mocinha se vingou de Gael (Sérgio Guizé), o mandando para cadeia por violência doméstica; de Samuel (Eriberto Leão), expondo sua homossexualidade (sempre reprimida por ele); e a próxima revanche é a destruição de Vinícius. Para isso, a mocinha tem investigado a vida do delegado e acabou se deparando com Laura, desconfiando de sua tristeza profunda.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

"Malhação - Viva a Diferença" retrata homofobia com muita coragem

Em plena reta final (acaba no dia 5 de março), "Malhação - Viva a Diferença", dirigida por Paulo Silvestrini, não cansa de surpreender o público. O autor Cao Hamburger segue explorando os ótimos conflitos da trama de forma competente e agora mergulhou em outro tema de imensa importância e quase nunca abordado no seriado adolescente: a homofobia.


A entrada do irmão de Keyla (Gabriela Medvedovski) no enredo serviu para inserir essa questão, pois o menino não tem problema algum de se assumir gay. Fala com naturalidade e sem nenhuma vergonha, como realmente tem que ser. Esse jeito dele, inclusive, até resultou em momentos cômicos, como a hora em que Roney (Lúcio Mauro Filho) soube pelo filho que não existia nenhuma 'namoradinha' e sim um namorado. Era o início da abordagem em torno da homossexualidade do menino.

Mas o drama de Gabriel (Luis Galves) começou mesmo na escola, despertando a fúria de um grupo de alunos preconceituosos, que se indignaram quando o viram se assumir gay durante um debate em sala de aula ---- promovido pelo professor Bóris (Mouhamed Harfouch) ----, levantando a temática do preconceito.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

No ar em "Carinha de Anjo" e "Deus Salve o Rei", Bia Arantes tem sua versatilidade explorada

Em virtude das constantes repetições de elenco em novelas, acaba sendo natural ver determinado ator ou atriz em mais de uma produção no ar. Ainda mais com tantas tramas sendo reprisadas. No entanto, Bia Arantes se enquadra em um raro exemplo: ela está no ar em dois folhetins inéditos, em emissoras diferentes, e protagonizando um deles. É a doce Cecília em "Carinha de Anjo", no SBT, e a misteriosa Brice, em "Deus Salve o Rei", na Globo. 


A novela infantil do SBT é um dos maiores sucessos da emissora, mantendo uma média de 10,4 pontos, deixando a Record em terceiro lugar. Já está no capítulo 318 e seu encerramento está previsto para maio. Ou seja, ainda tem muitos outros pela frente. Há mais de um ano no ar, a trama escrita por Leonor Corrêa está toda gravada e encerrou os trabalhos da equipe no final de 2017. Bia ganhou de presente a mocinha do enredo e se destacou logo no início, fazendo jus ao protagonismo. 

A amorosa Cecília era a noviça mais amada pelas crianças e criava Dulce Maria (Lorena Queiroz) como filha. Com o tempo, acabou se envolvendo com Gustavo (Carlo Porto), pai da menina que tanto ama, e largou a vida que havia escolhido para ela. Desistiu de ser freira e resolveu ser feliz ao lado da ''carinha de anjo'' e do seu amor.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Clara e Patrick esbanjam química em "O Outro Lado do Paraíso"

O atual fenômeno das nove da Globo conquistou o público com a saga de Clara (Bianca Bin), comprovando que os telespectadores dificilmente resistem a um bom enredo de vingança. Porém, toda boa novela também precisa de romance e a vida amorosa da mocinha vingativa nunca foi favorável em "O Outro Lado do Paraíso". Quase se relacionou com Renato (Rafael Cardoso) na primeira fase, mas acabou casada com Gael (Sérgio Guizé), homem violento e inconsequente. A dúvida em torno do par romântico da protagonista se fazia presente em uma parcela da audiência. Ela teria um amor, afinal? Mas a chegada de Patrick (Thiago Fragoso) cessou qualquer incerteza.


É importante ressaltar que o personagem sempre esteve na sinopse da trama. Walcyr Carrasco já tinha a sua carta na manga e a usou na hora certa, assim que Clara iniciou sua retomada, após ter escapado do hospício. O íntegro sobrinho de Beatriz (Nathália Timberg) é um clássico herói romântico e virou o braço direito da mocinha, agindo como parceiro nos planos e usando sua capacidade como advogado para colocá-a sempre um passo a frente de seus inimigos. Também foi uma peça fundamental na riqueza da protagonista, ajudando a vender todas as pinturas valiosas que a finada tia deixou para sua discípula e amiga.

A sintonia entre Thiago Fragoso e Bianca Bin se fez presente desde a primeira cena deles juntos. Não demorou para uma torcida pelo casal surgir. Porém, o autor usou esse trunfo a seu favor e adiou o quanto pôde o primeiro beijo dos personagens.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Irretocável como Benê, Daphne Bozaski é o grande destaque de "Malhação - Viva a Diferença"

"Malhação - Viva a Diferença" vem fazendo um justo sucesso de público e crítica. As razões para tamanho êxito são muitas e uma delas é a escolha certeira do time de protagonistas. Tanto na escalação das atrizes, quanto na construção das cinco personagens. O autor Cao Hamburger e o diretor Paulo Silvestrini foram muito felizes. Entretanto, embora todas as meninas sejam apaixonantes, recheadas de qualidades e defeitos, há uma que sempre se destacou em virtude da sua 'diferença', que acaba sendo mais visível: a fofa Benê.


Daphne Bozaski está simplesmente perfeita na composição primorosa de sua personagem, que tinha o sério risco de virar uma caricatura pouco crível. Afinal, a menina doce, extremamente carente e com aspecto de nerd sofre de Síndrome de Asperger, um grau mais leve de autismo. Esse transtorno neurobiológico é pouco conhecido e o autor acertou em cheio quando o colocou em uma de suas protagonistas. Embora ainda não tenha sido falado claramente na trama, o problema vem sendo exposto através das atitudes da menina.

Benedita tem problemas de convívio social e sempre foi uma pessoa solitária. Tudo mudou quando conheceu Lica (Manoela Aliperti), Ellen (Heslaine Vieira), Keyla (Gabriela Medvedovski) e Tina (Ana Hikari) no metrô, fazendo questão de adicioná-las no WhatsApp, organizando um novo quinteto que se tornou inseparável. Contudo, as dificuldades da frágil menina sempre se mostraram presentes, apesar dessa evolução em torno de um maior vínculo de amizade.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Record é a única culpada pelo atual fracasso de sua teledramaturgia

Na última sexta (26/01), chegou ao fim "Belaventura", trama medieval de Gustavo Reiz, ocupando a faixa das sete. A trama teve seis pontos de média geral, um índice pífio. Mas não foi o único fracasso da Record no atual período. A reprise de "Os Dez Mandamentos" também amarga baixos índices e a novela "Apocalipse" faz jus ao seu título, sendo uma verdadeira catástrofe nos números do Ibope. Entretanto, tudo isso tem uma única culpada: a própria emissora.


Começando pelo folhetim que substituiu a re-reprise de "Escrava Isaura". O enredo de Gustavo teve um começo promissor, mas aos poucos o autor foi se perdendo. A trama tinha poucos acontecimentos e não prendia o telespectador. Para culminar, o casal protagonista teve dois atores limitados: Bernardo Velasco e Rayane Moraes, que não transmitiam emoção. O elenco, por sinal, deixou bastante a desejar com raras exceções (Helena Fernandes, por exemplo, que deu show como a grande vilã Marión).

Ficou claro que o escritor não esteve inspirado, não conseguindo repetir o êxito de "Escrava Mãe" (2016). Todavia, a novela ainda conseguia se manter com uns 9 pontos de audiência. Bem longe do que a emissora pretendia e marcando menos do que a re-reprise que a antecedeu, mas, ainda assim, uma média razoável para a faixa das sete. O naufrágio de "Belaventura" se deu quando a Record resolveu reprisar "Os Dez Mandamentos" na faixa das seis, tentando copiar a Globo com três novelas no ar.