sábado, 14 de outubro de 2017

Glória Perez faz bela homenagem aos policiais mortos em "A Força do Querer"

O Rio de Janeiro vive um período que pode ser considerado catastrófico. O país todo está em um momento caótico, mas a cidade maravilhosa consegue está pior. E um dos casos mais preocupantes é a violência, culminando ainda na falência das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora, antes vistas como uma esperança). Mais de cem policiais já foram mortos só esse ano e até o final desse texto algum outro terá morrido. Com base nisso, Glória Perez resolveu prestar uma justa homenagem aos policiais mortos no capítulo desse sábado (14/10) de "A Força do Querer".


Na penúltima semana de novela, a autora inseriu um novo personagem na trama que tinha como único objetivo morrer: o PM Gerson (Well Aguiar), amigo de Jeiza (Paolla Oliveira), que acompanhou a vitória da colega em uma luta de MMA. A amizade dos dois era antiga, segundo o roteiro, e a cumplicidade ficou mostrada nos breves momentos deles juntos. No final do capítulo de sexta (13/10), o policial foi assaltado e morto por dois marginais assim que a dupla viu a farda e uma arma no carro da vítima. "É policial", gritou um, implicando no imediato disparo do segundo, matando o rapaz.

Foi uma cena aterrorizante e que todo brasileiro já viu ou presenciou. A realidade disfarçada de ficção. Jeiza ainda matou um bandido, mas o outro escapou. O grito de desespero dela, logo após constatar a morte do amigo, representou a dor de 108 famílias de policiais que sofreram (e sofrem) esse ano. Paolla Oliveira deu um show de emoção e o momento arrepiou o telespectador.
O choro da esposa e do filho da vítima também comoveu, relembrando tantas matérias nos telejornais que foram ao ar ao longo de 2017. Apesar de tudo ser fruto de ficção, foi um fato cruelmente real e corriqueiro na vida dos brasileiros, principalmente dos cariocas ---- vale ressaltar que o irmão do ator que interpretou esse PM também era policial e foi morto por marginais (trágica coincidência).

O capítulo de sábado mostrou o velório do policial, exibindo uma mensagem de homenagem aos 108 PMs mortos no RJ. Ainda houve um discurso enfático de Caio (Rodrigo Lombardi) exigindo a reforma do Código Penal, que estacionou em 1940. "Fuzil é a arma que mais mata entre nós. Tão assaltando com fuzil na rua. E a pena é de três anos. Ou seja, em seis meses ele pode estar de volta. Nós apreendemos 24 armas por dia. E, ainda assim, enxugando gelo, com a falta de material humano, a gente consegue evitar uma barbárie. O que nós exigimos, o que a sociedade exige, é uma reforma criminal. Porque a sociedade está em 2017, o crime acompanha a sociedade em 2017, e o nosso Código Penal parou em 1940", se indignou.


Além da bela homenagem, a autora tocou no necessário ponto da fragilidade das leis, que reforçam a todo instante o clima de impunidade que reina no país. Quase sempre todos os bandidos presos têm várias passagens pela polícia e muitos foram liberados pela justiça. E nada muda. O pior é que os presídios estão superlotados, ou seja, era para ter ainda mais lotação nas cadeias. E ninguém trabalha nos presídios. Enfim, uma sucessão de erros. Em 2002, o Estatuto do Idoso foi criado graças ao trabalho do autor Manoel Carlos, em "Mulheres Apaixonadas". O escritor emocionou o público com o drama de Flora e Leopoldo (saudosos Carmem Silva e Oswaldo Louzada), avós constantemente maltratados pela neta, Dóris (Regiane Alves). Quem sabe agora há uma iniciativa semelhante por causa da dedicação de Glória Perez.

"A Força do Querer" representou a Polícia Militar da melhor forma possível, ignorando os policiais corruptos e a parte podre da PM. A autora fez questão de mostrar a parte íntegra da corporação, representada lindamente pela figura de Jeiza, quase uma Mulher Maravilha. E agora, com essa bela homenagem aos policiais mortos, Glória homenageou várias famílias dilaceradas pela dor e ainda tocou em uma ferida aberta da sociedade brasileira.


20 comentários:

Vivian disse...

Baita homenagem mesmo e um dedo na ferida! Paolla me fez chorar.

chica disse...

Puuuuuuuuuuuuuxa! Foi uma homenagem e tanto e bem merecida. Emocionante,de arrepiar...Me lavei chorando...

Lindo domingo! abraços, chica

Elisabete disse...

Que bom!
Um abraço

Anônimo disse...

Triste e merecida homenagem.

Sérgio Santos disse...

A mim tb, Vivian!

Sérgio Santos disse...

Sem duvida, Chica. bjs

Sérgio Santos disse...

Abraço, Elisabete.

Sérgio Santos disse...

Triste msm, anonimo!

Luli Ap. disse...

Olá Sérgio
Só de ler seu post comecei chorar outra vez.
Triste homenagem, triste pensar nessas famílias, indignação pensar que eles são executados pelo simples fato de serem policiais, incoerência total a das leis retrógradas da sociedade, bandidos melhor armados que policiais nas ruas.
Excelentes atuações e interpretações emocionantes.
Sem falar na pet, a cadelinha Nina que era a parceira de farda do personagem.
É preciso pensar, refletir e mudar essas leis obsoletas que quase inconsequentemente favorecem quem deveria ser punido e pune quem está tentando fazer o seu trabalho de proteger a sociedade.
Excelente semana pra ti
bjs Luli
Café com Leitura na Rede

Unknown disse...

O ato é uma homenagem aos policiais mortos em combate. Hoje, quase todo dia está morrendo um... demonstra a dura realidade de um soldado de farda diante dessa amarga situação como autora vem mostrando para sociedade.
Nós (a sociedade) devemos ter a humildade de admitir à Policia que a luta está difícil. Se a sociedade não se unir aos agentes de segurança, a batalha pode ser perdida.
A cena, foi o cenário escolhido para mais uma manifestação com o objetivo de chamar a atenção de toda a sociedade para o elevado número de mortes de agentes da lei e ordem no Brasil.

“Nossos heróis estão morrendo. Isto tem que ter um basta”, desabafam os parentes e amigos desses homens. O policial vê seu amigo sendo ferido ou morto e sabe que pode ser o próximo. Então, que seja dado apoio psicológico a esse policial e também às viúvas, esposas e familiares desses que estão sendo abatidos. Que deem mais atenção a essa família que perde seu guerreiro”, enfatizou essa morte do personagem.

Bell disse...

Eu não acompanho mas nesse feriado tive que acompanhar pq as amigas só falam da Bibi rs...
Foi linda a homenagem mas tb triste. Infelizmente todos os dias milhares de policiais morrem nas mãos de criminosos de forma covarde e cruel.

bjokas =)

Adriana Helena disse...

Sérgio, posso dizer que foi uma homenagem muito real e também terrivelmente trágica e sofrida...
Chorei muito com o realismo que a cena passou!

Pior é saber que tudo é verdade, que foram mais de 100 policiais mortos brutalmente, de forma covarde e sem chance de defesa. Isso que mais dói, que a cena da novela é ficção, mas que mostrou a triste realidade a que o Rio de janeiro está submetido.

Entretanto, Paola Oliveira está maravilhosa!!
Ah, deveriam lançar uma campanha: Mais Jeizas guerreiras na vida da gente!!
Amei seu texto amigo!!

Desejo uma semana maravilhosa!
Beijos!!

Vanessa disse...

Homenagem merecida. Nossos verdadeiros guerreiros que além de receber mal pra kct ainda arriscam a vida diariamente. Que um dia esse cenário mude. Show da Paolla em todos os momentos. Destaque para o Rodrigo Lombardi que na sequência não segurou a emoção. Dava pra ver que alí ator e personagem se misturaram. Foi uma das sequências mais lindas do ano, ao lado da cena em que a Jeiza tira as crianças da van.

Falando nisso...

Assistiu o Jonathan Azevedo no Altas Horas? Que simpatia ele é! Além de um grande ator.

Sérgio Santos disse...

Perfeito comentário, Luli. É exatamente isso. bjssss

Sérgio Santos disse...

Sem duvida, Oath.

Sérgio Santos disse...

Uma homenagem triste e justa, Bell. bjs

Sérgio Santos disse...

Mt obrigado, Adriana. Pois é, 108 policiais mortos só n o RJ. Isso é mt grave e triste. Paolla está maravilhosa msm. bjs

Sérgio Santos disse...

Assisti sim, Vanessa. Jonathan merece todo o sucesso que vem colhendo. E já foi escalado para Ilha de Ferro, nova série de 2018.

Unknown disse...

Olá Sérgio!!
Confesso que chorei com essa cena e com a homenagem. Cento e oito policiais mortos parece mais um número de quem está em guerra civil; e a notícia dessas mortes vêm sempre acompanhadas de famílias inconsoláveis, geralmente com esposas grávidas ou com crianças pequenas, tornando o quadro ainda mais triste.
Infelizmente, para a mudança desse quadro é necessária uma profunda série de reformas, algo que passa longe da vontade política das atuais autoridades.
No mais, é isso. Abraços!!

Sérgio Santos disse...

Foi triste demais, Germana. E agora já são 113 mortos. Não para... Bjssss