quinta-feira, 31 de março de 2016

Os 20 anos do inesquecível "Sai de Baixo"

No dia 31 de março de 1996, há exatos 20 anos, estreava um dos mais icônicos humorísticos do país: o "Sai de Baixo". A atração deixou sua marca nas noites de domingo e nunca mais uma outra produção ficcional conseguiu repetir o êxito do sitcom, que ficou no ar até março de 2002. A equipe de redação contou com vários nomes conhecidos e que muitas vezes se revezavam em pequenos grupos: Maria Carmem Barbosa, Miguel Falabella, Rosana Hermann, Euclydes Marinho, Lícia Manzo, Aloísio de Abreu e Laerte eram alguns dos principais roteiristas que criavam as tramas bastante farsescas. Já Dennis Carvalho, Jorge Fernando e José Wilker foram os diretores mais conhecidos do formato.


A ideia surgiu de Luis Gustavo, o intérprete do inesquecível Vavá. O ator apresentou para Daniel Filho o formato de um programa de televisão gravado em um teatro, com plateia. O objetivo era incorporar na atração todos os imprevistos e improvisos, comuns durante um espetáculo teatral ou na época em que produções de tevê eram feitas ao vivo. A história ficaria voltada para uma família de classe média paulista que viveria em constante crise financeira. E a estrutura do sitcom já havia sido explorada no bem-sucedido "Família Trapo", na década de 60. Ou seja, era uma espécie de 'volta às origens', mas de maneira renovada.

Daniel Filho gostou da ideia e trabalhava como produtor independente na época. Tanto que chegou a oferecer o projeto para o SBT, mas a emissora de Silvio Santos negou. O diretor, então, enviou o planejamento para a Globo que topou na hora. E a decisão, como já é de conhecimento de todo o país, foi mais do que acertada.

terça-feira, 29 de março de 2016

Juliana Paiva se destaca na pele da divertida Cassandra em "Totalmente Demais"

A novela das sete acabou ficando caracterizada como um produto cujo ingrediente principal é o humor, independente da história que é contada. Os poucos folhetins que tentaram fugir dessa 'fórmula' ("Tempos Modernos" e "Além do Horizonte", por exemplo) não deram certo. Só que nem toda trama da faixa que tem comicidade funciona ou é realmente boa (vide a fraquíssima "I love Paraisópolis", citando a produção mais recente). Mas, "Totalmente Demais" merece elogios pelo conjunto harmonioso, onde o humor consegue se mostrar principalmente através da deslumbrada Cassandra, interpretada com competência por Juliana Paiva.


O enredo de Rosane Svartman e Paulo Halm tem uma estrutura dramática muito interessante e não há perfil sem densidade. Tanto que até os tipos cômicos apresentam peculiaridades que os enriquecem cenicamente. Entre os muitos personagens hilários da trama ---- como Dorinha (Samantha Schmutz), Maristela (Aline Fanju), Stelinha (Glória Menezes) e Max (Pablo Sanábio) ----, a Cassandra é uma das que mais se sobressaem, sendo a responsável por vários momentos engraçados da produção das sete. E todas as situações protagonizadas pela menina histriônica divertem, além de quase sempre serem diretamente ligadas ao núcleo principal.

Cassandra é uma garota que faz de tudo pela fama e não se importa em passar por cima dos outros para alcançar seu maior objetivo. Guardadas as devidas proporções, tem uma certa semelhança nesse quesito com a ambiciosa Carolina (Juliana Paes). Entretanto, a personagem é burra, cafona e não tem um pingo de autocrítica.

domingo, 27 de março de 2016

Grata surpresa de 2016, "The Voice Kids" engrandeceu as tardes de domingo

Foram praticamente três meses de competição. O "The Voice Kids" estreou no primeiro domingo de janeiro (03/01) e chegou ao fim no último domingo de março (27/03), tendo a final composta por Rafa Gomes, Wagner Barreto e Pérola Crepaldi. A primeira temporada do formato infantil foi um grande acerto da Globo e uma das gratas surpresas deste início de ano. Repleta de talentos mirins e com rodadas emocionantes, a disputal musical engrandeceu as tardes de domingo e fez um merecido sucesso desde o primeiro dia.


Após duas temporadas fracas do "The Voice Brasil" (a terceira e a quarta), a estreia da 'versão mirim' começou cercada de desconfianças. Afinal, o formato dava sinais de desgaste, principalmente por conta da mesmice dos jurados e da falta de grandes candidatos. Mas o "The Voice Kids" dissipou qualquer dúvida logo na estreia, apresentando um juri bem entrosado e crianças talentosíssimas. A permanência de Tiago Leifert no comando da atração também foi uma boa decisão, pois o apresentador tem um bom domínio de palco e sabe lidar com os participantes.

O acerto na escolha de Ivete Sangalo e da dupla Victor e Leo pôde ser observado com certa facilidade, deixando até mesmo o cansativo Carlinhos Brown mais leve e espontâneo ao lado dos novos colegas de juri. Ele ---- que estava a cada temporada mais repetitivo e 'over' ao lado de Cláudia Leitte, Lulu Santos e Daniel/Michel Teló ---- conseguiu se renovar na versão Kids, tendo um entrosamento até maior com os 'novos' companheiros, além de ter um jeito especial de lidar com as crianças.

sexta-feira, 25 de março de 2016

Destaque da primeira fase de "Velho Chico", Rodrigo Santoro fazia falta nas novelas

"Mulheres Apaixonadas", grande trama de Manoel Carlos exibida em 2003, foi a última novela de Rodrigo Santoro, onde viveu o sedutor Diogo ---- personagem que se envolvia com Luciana (Camila Pitanga) e Marina (Paloma Duarte). Ou seja, ele estava afastado dos folhetins há 13 anos. Após esse longo hiato, o ator voltou ao gênero na produção das nove e tem sido o grande destaque da primeira fase de "Velho Chico", trama escrita por Edmara Barbosa e Bruno Luperi, baseada na obra de Benedito Ruy Barbosa, e dirigida por Luiz Fernando Carvalho.


Ele ganhou o protagonista da história, que será interpretado por Antônio Fagundes na segunda fase, contada em 2016. A primeira, ambientada nos anos 60 (com duas passagens de tempo), vem mostrando toda a trajetória do controverso Afrânio, que foi estudar em Salvador e se formou em Direito, mas se viu obrigado a voltar a Grotas de São Francisco por causa da repentina morte do pai --- o poderoso Coronel Jacinto (Tarcísio Meira). O rapaz sempre viveu às custas do dinheiro da família e tinha um intenso romance com Iolanda (Carol Castro), o grande amor da sua vida. 

O perfil é muito rico e proporciona cenas bem complicadas para o ator. Afrânio teve que largar sua grande paixão e ainda mergulhou em um universo completamente distante do que planejava para seu futuro. O bom vivant se viu diante de um verdadeiro choque de realidade.

quinta-feira, 24 de março de 2016

Os vencedores da nona edição do "Prêmio Quem" de TV

Aconteceu na noite da última terça-feira (22/03), a nona edição do "Prêmio Quem". O evento da conhecida revista ocorreu no Grand Mercure Riocentro, no Rio de Janeiro. A cerimônia premiou nomes que se destacaram em 2015 em diferentes áreas --- televisão, gastronomia, literatura, música, cinema, moda, beleza e teatro ---- e a premiação contou com a presença de vários artistas, como já era de se esperar. No seguimento da TV, foram seis categorias e uma honrosa homenagem a Tony Ramos, em virtude da sua respeitável trajetória e admirável carreira (além, claro, do seu irretocável desempenho em "A Regra do Jogo").


O vencedor da Categoria Melhor Ator foi Alexandre Nero, que foi homenageado pela colega Cássia Kiss durante a entrega do troféu. Ele realmente foi merecedor, uma vez que seu desempenho em "A Regra do Jogo", na pele do controverso e covarde Romero Rômulo, foi merecedor de todos os elogios. Apesar do curto intervalo de tempo entre uma novela e outra, o ator conseguiu apagar completamente a figura do comendador José Alfredo, de "Império", incorporando totalmente aquele homem que não conseguia ser mocinho e nem bandido.

Porém, muitos concorrentes de Alexandre também mereciam a honraria. Vide Domingos Montagner, que brilhou absoluto em "Sete Vidas", e Tonico Pereira, que deu um show na pele do trambiqueiro Ascânio, em "A Regra do Jogo". Tony Ramos era outro indicado merecedor, afinal, o ambíguo Zé Maria era um dos melhores personagens da novela de João Emanuel Carneiro e foi o grande destaque da reta final da novela.

terça-feira, 22 de março de 2016

O estilo sonhador, poético e nada convencional de Luiz Fernando Carvalho

Dirigir uma novela, série ou minissérie não é tarefa fácil. O diretor ou a diretora precisa transmitir toda a ideia do autor de forma competente, construindo todas as cenas descritas no texto da melhor forma possível. Cada diretor tem um estilo, mas nem todos têm uma marca que se sobressaia em seus trabalhos. Porém, alguns têm uma identidade de fácil identificação, enquanto outros apresentam uma característica que se sobrepõe ao produto. É o caso de Luiz Fernando Carvalho, que está dirigindo a recém-iniciada "Velho Chico", atual novela das nove da Globo.


A primeira fase da trama escrita por Edmara Barbosa e Bruno Luperi, baseada na obra de Benedito Ruy Barbosa, é ambientada nos anos 60 e o diretor aproveita a ambientação de época para criar um conjunto lúdico, onde o espetáculo visual se torna o grande protagonista. As caracterizações são primorosas e há até uma licença poética na vestimenta da arrogante Encarnação (Selma Egrei), que não tem nada a ver com o período do enredo, mas representa uma espécie de rainha louca dos contos de fadas.

O show de imagens é um presente para os olhos e o diretor conseguiu até deixar uma sequência de incêndio belíssima. O texto da produção é um mero adorno, que nem faria falta se não existisse. As pausas dramáticas (muitas vezes bem longas) se sobressaem, assim como o trabalho corporal dos atores, que estão fazendo parte de um teatro televisionado.

sexta-feira, 18 de março de 2016

Revelada em "Verdades Secretas", Camila Queiroz comprova seu talento em "Êta Mundo Bom!"

O ano de 2015 não poderia ter sido melhor para Camila Queiroz. Sem nenhuma experiência como atriz e com uma carreira de modelo, a menina de Ribeirão Preto (São Paulo) ganhou a chance da sua vida em "Verdades Secretas". E agarrou a oportunidade com unhas e dentes, como diz a popular expressão. Ela honrou a confiança, ganhou uma sucessão de elogios, e logo foi escolhida para um teste em "Êta Mundo Bom!", que estreou em janeiro de 2016. Foi devidamente aprovada, ganhando um perfil completamente distinto, e vem mais uma vez mostrando a sua desenvoltura para atuar.


Na novela das onze, escrita por Walcyr Carrasco e dirigida por Mauro Mendonça Filho, Camila ganhou simplesmente a protagonista da história, ficando com uma responsabilidade e tanto. A interiorana Arlete ---- que virou a prostituta Angel graças ao esquema do Book Rosa de Fanny (Marieta Severo) ---- se envolveu em um macabro triângulo amoroso, onde a sua mãe (Carolina - Drica Moraes) e o inescrupuloso Alex (Rodrigo Lombardi) faziam parte das outras pontas.

Estrear em uma trama assim não era tarefa simples, ainda mais levando em consideração o horário tardio que permitia cenas mais fortes, além de ousadas. Foram muitas sequências complicadas e desafiadoras para qualquer intérprete. Ou seja, o fato de ser uma estreante despertou mais atenção em cima da capacidade de Camila.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Fenômeno das sete, "Totalmente Demais" merece todo o sucesso que faz

Na última terça (15/03), "Totalmente Demais" marcou 33 pontos de média, o maior recorde da trama. Esse índice não era alcançado desde o último capítulo de "Cheias de Charme", em 2012. A novela das inesquecíveis 'empreguetes', escrita por Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, foi um fenômeno e o último grande sucesso da faixa das sete. Quatro anos depois e dois grandes fracassos no meio ("Além do Horizonte" e "Geração Brasil"), o horário volta a marcar índices expressivos e o atual folhetim merece todo o reconhecimento que vem recebendo do público.


Após as bem-sucedidas "Malhação Intensa" (escrita juntamente com Glória Barreto) e "Malhação Sonhos", Rosane Svartman e Paulo Halm emplacam o terceiro sucesso seguido com a atual produção das sete, a primeira novela da dupla, dirigida por Luiz Henrique Rios. Nem sempre audiência reflete qualidade, porém, os números expressivos que a trama das sete vem alcançando refletem a boa história, os bem construídos personagens, os atrativos casais e o conjunto harmonioso do folhetim. É um enredo despretensioso que consegue mesclar conto de fadas, humor, dramalhão clássico e temas importantes.

Os autores sabem como contar a história deles de uma forma convidativa e o ritmo nunca se perde. A novela tem uma boa quantidade de acontecimentos por semana e há sempre uma movimentação no enredo. Aliás, eles conseguiram explorar o concurso da Garota Totalmente Demais de maneira inteligente.

terça-feira, 15 de março de 2016

"Velho Chico" estreia com boas atuações e forte assinatura de Luiz Fernando Carvalho

O universo urbano e contemporâneo que vem ocupando o horário nobre há anos saiu de cena, após 14 anos. Justamente o mesmo tempo que Benedito Ruy Barbosa estava afastado da faixa mais importante da Globo ---- ele foi o autor da problemática e fracassada "Esperança", folhetim ambientado na década de 30, exibido em 2002. Agora, sendo apenas supervisor e responsável pela criação da nova obra, o escritor retorna apresentando embates entre donos de terras, famílias rivais, moda de viola e romance proibido. Ou seja, tudo o que sempre exibiu em suas novelas essencialmente rurais.


A atual produção é escrita por Edmara Barbosa, sua filha, e Bruno Luperi, seu neto. As três gerações trabalham juntas no projeto e a ideia de mesclar vivências diferentes no comando da história pode ser benéfica para o conjunto. E o diretor Luiz Fernando Carvalho --- antigo parceiro de Benedito (esteve com ele em "Renascer", "O Rei do Gado", "Esperança" e no remake de "Meu Pedacinho de Chão") --- já conseguiu imprimir sua marca logo na estreia. O toque lírico pôde ser observado o tempo todo e a primeira fase, que terá 24 capítulos, será marcada por esse diferencial. Tanto que ficou impossível não lembrar de "Hoje é Dia de Maria", minissérie dirigida por ele, que teve fotografia bem parecida e essência poética semelhante.

Luiz Fernando Carvalho, inclusive, abusou de lindíssimas imagens e priorizou um tom teatral que destacou a competência do elenco. Tudo combinou com o capricho dos cenários e caracterizações propositalmente exageradas. Assim como fez em "Meu Pedacinho de Chão", por exemplo, o diretor resolveu adotar o escapismo da fantasia para permear essa primeira fase.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Protagonistas das cenas mais emocionantes do final, Romero e Atena formaram o melhor casal de "A Regra do Jogo"

"A Regra do Jogo" teve seu último capítulo exibido nesta sexta, dia 11, e fechou seu ciclo apresentando altos e baixos. João Emanuel Carneiro apresentou uma novela mediana e a produção ficou bem aquém do esperado. Entretanto, o folhetim teve bons momentos e um dos maiores acertos foi a dupla Romero e Atena, beneficiada pela imensa química entre Alexandre Nero e Giovanna Antonelli. Tanto que as melhores cenas finais da trama foram protagonizadas por eles, além de Tonico Pereira, o gênio intérprete do trambiqueiro Ascânio.


Nada mais propício do que uma novela sobre uma facção criminosa ter um casal protagonista de bandidos. E foi exatamente isso que aconteceu. Assim que os dois se conheceram, ficou perceptível a sintonia da canalhice e não demorou muito para se apaixonarem. Porém, como era um sujeito covarde e controverso, Romero fazia de tudo para negar o que sentia pela vigarista, até porque ela representava o lado que ele queria fugir. Já ela expunha justamente o contrário: fazia questão de declarar seu amor pelo ex-vereador envolvido com o crime.

Só que o verdadeiro sentimento dele sempre aflorava na hora das dificuldades. Por exemplo, quando Atena foi sentenciada à morte pela facção. Durante aquele instante de terror, o personagem não escondeu o seu amor e ainda sofreu achando que ela havia morrido.

sexta-feira, 11 de março de 2016

"A Regra do Jogo" elevou a audiência e teve bons momentos, mas prometeu muito e cumpriu pouco

Após o imenso fracasso de "Babilônia" e o sucesso de "Os Dez Mandamentos", a Globo decidiu antecipar a estreia de "A Regra do Jogo". A trama estreou no dia 31 de agosto e era vista como a salvação do horário nobre, em virtude do fenômeno "Avenida Brasil", escrita pelo autor em 2012. No entanto, a estratégia da emissora foi catastrófica. Iniciar uma nova história enquanto o folhetim bíblico da Record estava a pleno vapor foi um erro crasso e pagaram caro por isso ---- a novela da líder chegou a perder algumas vezes na audiência e demorou a reagir. Porém, pouco mais de seis meses depois, pode-se constatar que a trama chegou ao fim com bons momentos e conseguiu, apesar dos percalços iniciais, elevar o Ibope do horário nobre.


A novela foi, sem dúvida, a pior de João Emanuel Carneiro. Prometeu bastante e não cumpriu nem a metade. Entretanto, não pode ser considerada ruim. Foi um folhetim mediano, que conseguiu fechar seu ciclo com dignidade. A trama parecia promissora na primeira semana, quando começou a exibir a história de uma misteriosa facção criminosa, que tinha como um dos integrantes um ex-vereador defensor dos direitos humanos. A história instigante despertou atenção e o teaser de lançamento da produção provocou várias teorias a respeito do caráter de cada personagem. Ainda havia a promessa de um novo método de direção, apelidado pela diretora Amora Mautner de "Caixa Cênica". E, claro, a expectativa de acompanhar um novo folhetim do autor de quatro sucessos ("Da Cor do Pecado", "Cobras & Lagartos", "A Favorita" e "Avenida Brasil") era imensa.

Mas, ao longo do desenrolar do enredo, pouca coisa se mostrou realmente atraente de fato. O núcleo central sempre teve a sua força, mas a demora em desdobrar os acontecimentos prejudicou a novela. E o destaque cada vez maior de vários núcleos paralelos completamente avulsos e repetitivos deixou o conjunto ainda mais desanimador.

quinta-feira, 10 de março de 2016

Através de Eliza, "Totalmente Demais" retrata com riqueza o trauma do assédio

Nesta terça-feira, dia 8 de março, foi comemorado mais um Dia Internacional da Mulher. Um dia que representa a luta pela igualdade de direitos e pelo respeito ao sexo feminino. Propositalmente ou não, a data coincidiu com a chegada do padrasto de Eliza (Marina Ruy Barbosa) ao Rio de Janeiro, após meses investigando o paradeiro da enteada, que fugiu de casa após ter sofrido constantes assédios. A luta contra o abuso é justamente uma das batalhas das mulheres e a atual novela das sete vem retratando isso muito bem.


A mocinha da obra de Rosane Svartman e Paulo Halm vivia na fictícia Campo Claro e desde que entrou na adolescência passou a ser importunada pelo padrasto com olhares intimidadores. O estopim se deu quando Dino (Paulo Rocha) tentou violentá-la, deixando a garota mais traumatizada e agressiva do que já era. E foi o bastante para ela fugir em busca de uma melhor condição de vida, com o objetivo de trazer a mãe e os irmãos ---- Gilda (Leona Cavalli), Dayse (Isabella Koppel) e Carlinhos (Kaik Brum) ---- assim que juntasse a quantia necessária para tal.

O assédio dentro de casa é uma das situações mais comuns no cotidiano de muita gente, infelizmente. Os autores souberam retratar isso de forma competente, conseguindo ainda lidar com as limitações que o horário das sete impõe em virtude da "Classificação Indicativa". E o interessante foi a consequência de todo esse trauma na vida da personagem, que é exposto a todo instante no folhetim.

terça-feira, 8 de março de 2016

"Velho Chico": o que esperar da próxima novela das nove?

Após 14 anos longe da faixa nobre, Benedito Ruy Barbosa voltará ao horário mais importante da Globo. "Velho Chico" estreia no dia 14 de março, substituindo "A Regra do Jogo", de João Emanuel Carneiro. Porém, o autor será apenas supervisor do folhetim, que está sendo escrito por Edmara Barbosa, sua filha, e Bruno Luperi, seu neto. Dirigida por Luiz Fernando Carvalho, a produção terá tudo o que todas as obras de Benedito sempre tiveram: fazendeiros rivais com filhos que se apaixonam, um barzinho onde todos se encontram, e muita moda de viola.


Dividida em duas fases principais, a trama começa no final da década de 60 e chega aos dias atuais. A primeira fase pode ser vista nas lindas chamadas e já é possível perceber que o diretor transformou a história inicial em algo lúdico, como já fez em produções como "Hoje é Dia de Maria" e o remake de "Meu Pedacinho de Chão" (também de Benedito). Fica clara a identidade de Luiz Fernando Carvalho, que se preocupou, como sempre, nos mínimos detalhes de cenários e figurinos, além de uma fotografia de encher os olhos. Há um ar lírico em todo o conjunto.

A trama terá como pano de fundo o Rio São Francisco e a sinopse já tinha sido enviada para a Globo em 2009. A emissora acabou adiando o projeto, que sempre acabava ficando para depois. Inicialmente projetada para ser uma novela das seis, o folhetim, após muitos adiamentos, foi confirmado para o segundo semestre deste ano, substituindo "Êta Mundo Bom!", de Walcyr Carrasco.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Grandes cenas e momentos eletrizantes marcam reta final de "A Regra do Jogo"

João Emanuel Carneiro guardou os melhores momentos de sua novela para a reta final e tem tirado o fôlego do telespectador nas duas últimas semanas de trama. O autor tem focado praticamente no núcleo central, deixando os paralelos repetitivos de lado, proporcionando uma sucessão de grandes cenas e sequências eletrizantes. O folhetim já tinha apresentado uma ótima guinada com a falsa morte de Romero (Alexandre Nero) e conseguiu ficar ainda melhor com a queda de Gibson (José de Abreu).


O descontrole do grande vilão da história deixou o principal núcleo mais movimentado e o autor foi muito preciso ao retratar a corrupção em todos os setores da sociedade, expondo a presença de integrantes da facção em vários locais do país, incluindo instituições aparentemente 'incorruptíveis'. O início da derrocada de Gibson se deu quando Kiki (Deborah Evelyn) finalmente contou a Dante (Marco Pigossi) toda a verdade sobre seu sequestro. A cena primou pela emoção e os dois deram um show.

A partir de então, foi iniciada uma verdade caçada ao gangster e toda a sua família descobriu a verdadeira índole do todo poderoso. Belisa (Bruna Linzmeyer), Cesário (Johnny Massaro) e Nora (Renata Sorrah) entraram em desespero e o patriarca ainda tentou dissuadi-los, quando os flagrou escondidos na casa de Nonato (Ilya São Paulo) e Conceição (Séfora Rangel), sem sucesso.

sábado, 5 de março de 2016

Ana Paula foi a protagonista do "BBB 16"

O "Big Brother Brasil 16" perdeu a sua protagonista neste sábado (05/03). Após se embebedar (mais uma vez) durante a festa, Ana Paula acabou dando dois tapas em Renan, sendo desclassificada pela produção do reality. Ela provocou o rival e Adélia durante toda a noite, até chegar ao momento que culminou em sua eliminação: Adélia jogou bebida nela, que foi atrás a adversária, sendo impedida por Renan, lhe dando duas bofetadas. A partir daquele instante o seu destino estava traçado.


Ana Paula foi a participante mais entregue que o "BBB" já teve. Sem papas na língua, sarcástica, arrogante, barraqueira, descontrolada e extremamente leal aos amigos, Ana viveu aquele jogo intensamente. Mergulhou de cabeça na disputa e não teve medo de se mostrar como é, provocando fúrias e amores intensos. Era detestada e amada. Tanto pelos seus concorrentes quanto pelos telespectadores, que se dividiram entre defensores ferrenhos e odiadores implacáveis.

Ela foi o foco central de absolutamente todos os conflitos e rivalidades da edição. Tudo girou em torno da participante, que não tinha receio de entrar em uma briga, desafiava seus rivais com prepotência e não suportava falsidade.

sexta-feira, 4 de março de 2016

Com a competência de sempre, Tony Ramos honra a importância de Zé Maria em "A Regra do Jogo"

Um dos melhores e mais complexos personagens de "A Regra do Jogo" é, sem dúvida, o Zé Maria. E o ex-integrante da maior facção da novela está sendo interpretado simplesmente por um dos melhores atores do país. Apesar do clichê, pode-se afirmar que Tony Ramos ganhou um grande presente de João Emanuel Carneiro, que já havia trabalhado com ele no primeiro capítulo de "Avenida Brasil", onde o intérprete viveu o íntegro Genésio ---- pai de Rita (Mel Maia) e marido enganado de Carminha (Adriana Esteves).


O ator está colhendo merecidos elogios por mais um ótimo trabalho e é admirável ver a sua dedicação. O pai de Juliano (Cauã Reymond) começou a novela jurando inocência, apesar de ser um fugitivo da polícia, acusado de ser o grande responsável pela Chacina de Seropédica. No entanto, algum tempo depois, foi revelado que o personagem era na verdade um monstro, integrante da mais temida facção criminosa do Rio de Janeiro. Esse início lembrou muito o da Flora (Patrícia Pillar), em "A Favorita", que também se dizia inocente, até se revelar uma verdadeira psicopata com fome de sangue.

E quando a verdadeira face de Zé foi exposta para o público, ele se portou como um grande vilão, proporcionando ótimas cenas para Tony. O autor criou vários momentos aterrorizantes do bandido, onde até os colegas da facção temiam o braço direito do Pai (Gibson - José de Abreu).

quinta-feira, 3 de março de 2016

Glória Pires ri de si mesma e "Tá no Ar: a TV na TV" acerta mais uma vez

O assunto que ganhou enormes dimensões após a transmissão do Oscar na Globo não foi a aguardada vitória de Leonardo DiCaprio como Melhor Ator, em virtude do seu elogiado desempenho em "O Regresso". A protagonista da premiação foi uma brasileira muito amada pelo público e que tem uma admirável carreira de atriz: Glória Pires. Seus comentários sobre os indicados eram curtíssimos e ela não desenvolvia o pensamento. Claro que virou motivo de piada nas redes sociais. Porém, dois dias depois, a intérprete resolveu rir de si mesma, autorizando uma sátira impagável do "Tá no Ar: a TV na TV".


Escalada para ser comentarista do evento na emissora, ao lado de Artur Xexéo e Maria Beltrão, Glória Pires se mostrou concisa e até sincera demais. "Não sou capaz de opinar", "Bacana", "Interessante" e "Eu não assisti" foram apenas algumas das 'pérolas' ditas pela atriz ao longo da premiação, deixando seus colegas --- que tentaram prolongar um pouco mais as observações, sem sucesso --- desconcertados durante alguns momentos. Foi o bastante para despertar inúmeras piadas (chamadas de 'memes') na internet, virando alvo de deboche.

Glória até publicou um vídeo no dia seguinte para se explicar e dizer que agiu como se estivesse na sala com os amigos. A sua atitude foi louvável, até porque ninguém precisa bancar o entendedor de tudo. E o que mais tem é gente pedante, principalmente em programas onde o intuito é demonstrar conhecimento sobre algo.

terça-feira, 1 de março de 2016

Núcleos paralelos repetitivos e desinteressantes prejudicam narrativa de "A Regra do Jogo"

"A Regra do Jogo" mostrou, desde a estreia, que tem uma trama central muito interessante. João Emanuel Carneiro conseguiu criar um enredo atrativo, embora com muitos furos, em torno de uma perigosa facção criminosa, criada por um poderoso empresário (Gibson - José de Abreu) que planeja acabar com a corrupção e a criminalidade através da violência. Quando a novela foca nisso, prende atenção com facilidade. Entretanto, a narrativa é muito prejudicada pelo núcleos paralelos repetitivos e desinteressantes.


Todo folhetim precisa ter subtramas para a história central poder se sustentar por vários meses no ar. Principalmente as produções do horário nobre, que costumam ter capítulos maiores que as exibidas na faixa das seis, das sete e das onze. Caso contrário, não há criatividade que consiga elaborar constantes conflitos para o núcleo principal se manter atraente por praticamente sete meses. Portanto, nada mais normal do que a criação dos enredos paralelos ---- isso desde a criação da telenovela.

E é fundamental que o autor desenvolva situações secundárias tão envolventes quanto a central. Porém, não é o caso de "A Regra do Jogo". O que o enredo que engloba a facção tem de atrativo, os que movem a família de Feliciano (Marcos Caruso) e o Morro da Macaca têm de desinteressantes. Curiosamente, todos são voltados para a comicidade, com exceção da trama pesada que cerca a vida de Domingas (Maeve Jinkings).