sábado, 22 de outubro de 2011

Miguel Falabella manda Aquele Beijo e é correspondido

Estreou nessa semana a nova novela das sete escrita pelo talentoso Miguel Falabella: "Aquele Beijo". A missão do autor não é fácil. Substituir um sucesso como foi "Morde & Assopra" é de uma grande responsabilidade. Mas pelo que vimos até agora, o público correspondeu e se interessou pela nova história que foi apresentada.

Após a fracassada e má compreendida "Negócio da China", o autor resolveu não se arriscar em absolutamente nada. Provavelmente, a dificuldade inicial da trama do Walcyr Carrasco, com os dinossauros e robôs, também acabou assustando Miguel Falabella. Optou-se pelo 'mais do mesmo' em todos os núcleos e situações. O que não é necessariamente ruim. A única ousadia é a narração, com a voz do autor, em alguns momentos. E ainda assim não é uma inovação porque já vimos um recurso semelhante em "As Filhas da Mãe", novela mal-sucedida de Silvio de Abreu.

Cláudia(Giovanna Antonelli) e Vicente(Ricardo Pereira) formarão o casal protagonista e os dois se aproximam após um encontro casual no primeiro capítulo. O Covil do Bagre(uma espécie de Portelinha de "Duas Caras") e a loja Comprare(uma cópia da Luxus de "Cobras & Lagartos") integram o núcleo pobre e rico da novela,respectivamente. Os donos da luxuosa loja querem expulsar todos os moradores da favela para que se construa uma nova sede no local.Herson Capri (Alberto) e Marília Pêra (Maruschka) dão vida aos ricaços. Jaqueline Laurence interpreta a mãe de Maruschka e usa um tapa-olho. Uma homenagem do autor às tramas mexicanas. A parceria das duas atrizes promete.

A comicidade predomina, assim como em todas as novelas desse horário. Cláudia Gimenez (Mãe Iara) é uma hilária vidente que não prevê nada. Para isso,conta com a ajuda de seu primo (Joselito-Bruno Garcia) que consegue ver o futuro. Um núcleo que se destacou foi o formado por Diogo Vilela (Felizardo Barbosa) e Stella Miranda (Locanda Barbosa). Os dois talentosos atores mostraram uma sintonia perfeita. Será fácil se divertir com eles.

Da mesma forma que os demais autores veteranos, Miguel também se repete. Vimos mais uma vez um homem travestido de mulher. Quem não se lembra do saudoso Miguel Magno interpretando a divertida Dona Roma em "A Lua me Disse" e a Doutora Percy em "Toma lá dá cá"? Agora a bola da vez é o Luis Salém que dá vida a Ana Girafa. É um ótimo ator e irá agradar facilmente.

Sandro Christopher (Bob Falcão) e Elizângela (Íntima) interpretam os pais de Belezinha (Bruna Marquezine), e a mãe é obcecada em fazer a filha ganhar todos os concursos de Miss. O pai ganha a vida se vestindo de Elvis Presley, cantando suas músicas em pequenos shows. A adolescente tem um romance proibido com o galinha Agenor (Fiuk).

Um tema mais sério será retratado em um orfanato. Já começamos a ver as agressões que Cleo (Maria Eduarda) sofre de Olga (Maria Zilda Bethlem). Será interessante ver a atriz fazendo uma vilã após papéis leves em "Caras & Bocas" e "Ti Ti Ti".

Falabella reuniu um elenco de talento e muitos só são valorizados por ele, o que é uma pena. A panelinha,em alguns casos é bem-vinda. Vários atores escalados para "Aquele Beijo" já participaram de "Salsa e Merengue", "A Lua me Disse", "A Vida Alheia", "Toma lá dá cá" e "Negócio da China". Como foi o caso da ótima Maria Vieira, atriz portuguesa que participou da última novela das 18 horas e vivia gritando: 'Quero o meu pendrauvo!', se referindo ao tão disputado pendrive da história.

Mas,infelizmente, também temos alguns atores que são muito limitados. Fiuk e Ricardo Pereira sempre se repetem,a começar pelo visual de ambos. Vitor Pecoraro é péssimo e apesar de estar sendo apresentado como 'nova revelação', ele integrava o elenco de "Chocolate com Pimenta", intepretando o neto do saudoso Claudio Correa e Castro (Conde Klaus). Fez uma rápida participação em "Tempos Modernos" e esteve em "Corações Feridos", novela que ainda não foi exibida pelo SBT. Sheron Menezes e Leilah Moreno também não convencem.

Até agora temos visto uma história despretensiosa, leve,e totalmente adequada ao horário das 19 horas. O autor, aliás, nunca deveria ter deixado seu público cativo para se aventurar às 18h. Não faz o seu perfil. Ao voltar para o seu horário 'padrão', Miguel Falabella consegue atingir bem o seu objetivo."Aquele Beijo" não é uma trama excepcional, mas cumpre bem o seu papel de divertir e entreter o telespectador. Tomara que essa boa impressão se mantenha até o final.

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